Retomando o tema dos protestos de cidadãos nesta época de crise, em Portugal, especialmente o de 12 de Março em várias cidades do País(prometi que a ele voltaria), assinalamos aqui o do passado Domingo, dia 15 de Maio, este seguindo um apelo de várias cidades da Europa e também da América Latina.
Os povos começam a ver, cada vez mais, os seus direitos de cidadania a serem truncados. Até mesmo o pequeno poder que lhes restava, o do voto, se tornou agora alvo de uma quase chantagem e até farsa, perante eleições de opereta que se sabem não decidir quem nos vai gerir (que é o famoso "memorando da Troika") mas quais os próximos figurões políticos que vão dividir as migalhas dos poderzinhos que sobram.
Os povos começam a ver, cada vez mais, os seus direitos de cidadania a serem truncados. Até mesmo o pequeno poder que lhes restava, o do voto, se tornou agora alvo de uma quase chantagem e até farsa, perante eleições de opereta que se sabem não decidir quem nos vai gerir (que é o famoso "memorando da Troika") mas quais os próximos figurões políticos que vão dividir as migalhas dos poderzinhos que sobram.
As manifestações deste dia 15 (que ainda se prolongaram e Madrid e outras cidades espanholas) tinham por lema "A rua é nossa", lembrando que quem "manda" no mundo, no fundo está muito mais dependente dos milhões de pessoas/cidadãos que tentam ignorar, do que o contrário. Resta aos cidadãos tomarem plena consciência disso, em vez de continuar a sentirem-se encurralados numa democracia de papelão.
Um dos aspectos mais curiosos da manif da(s) Geração/ões à Rasca do dia 12 de Março passado, e que a foto acima ilustra bem,foi ver a discreta mas firme adesão das pessoas.
A cidade do Porto, por exemplo, parecia tranquila, em mais uma tarde nublada de sábado, mas nos transportes viam-se pessoas, em silêncio e discrição, apenas de mãos nos bolsos, como quem se deslocava para algo de diferente que não trabalho ou compras.
A cidade do Porto, por exemplo, parecia tranquila, em mais uma tarde nublada de sábado, mas nos transportes viam-se pessoas, em silêncio e discrição, apenas de mãos nos bolsos, como quem se deslocava para algo de diferente que não trabalho ou compras.
Na praça da Batalha, como aqui vemos, os organizadores distribuiam-se pela escadaria, os OCSocial preparavam placidamente as suas máquinas e dezenas de pessoas sentavam-se pelos muretes da praça, ou "assobiavam para o ar", à espera de algo, num aproximar de início tímido. Pareciam etar ali, "como quem não quer a coisa", como quem aguarda por qualquer concerto popular de rua, em tarde de férias.
Nas ruas em volta, 31 de Janeiro, Santa Catarina, outros fingiam contemplar as promoções tardias nas montras, em pequenos grupos. Assim que começaram a ver que o protesto sempre era real e ia em frente, depressa se aproximaram e a praça não chegou para todos e foi o que depois se viu. 80 mil. E numa demonstração de respeito, solidariedade e civismo como é apanágio das gentes do Porto e arredores, por pior fama que lhes ponham a propósito de futebóis.
Pois esta gente não brinca. É simples, mas séria e comprometida, quando vê que a causa merece. Demora por vezes a reagir, mas foi dela que tantas vezes, ao longo da História, partiram as iniciativas decisivas. Pois as gentes do Porto são fiáveis e puras,sem dupla face, desafiando o "cinzentismo" que tantas vezes lhes querem colar.
Acorda, Portugal! Acorda, Mundo!
"Alergia"
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