sexta-feira, dezembro 10, 2010

Uma (des)ventura em ...

PISA mas com muito cuidado

Os bons resultados do PISA 2009 levaram Sócrates à euforia na exaltação das suas políticas educativas. Mas quando tentou enunciar as medidas do sucesso enganou-se. Afinal nem ele nem o Governo sabem explicar o que se passou.
"(...) O mais estranho é que a própria OCDE se associa ao Governo no elogiode políticas logicamente impossíveis de terem contribuído para estes resultados. O Magalhães não chegou aos alunos agora com 16 anos, o Plano Nacional de Leitura também não. E a Escola a Tempo Inteiro idem, dado que é mais uma medida destinada ao 1º ciclo do ensino básico. É até hilariante ver como Sócrates, em entrevista ao Público, valoriza-a para logo a seguir ser obrigado a reconhecer que ela nada tem a ver com o caso, num acesso de euforia oportunista imediatamente desmascarado.
Como se não bastasse, OCDE e Governo juntam ao ramalhete o actual modelo de avaliação de desempenho dos docentes, ignorando que o sistema de avaliação só estabilizou no final de 2009, e que nos dois anos anteriores apenas trouxe revolta e instabilidade às escolas, acabando por se resumir, no essencial, à entrega de uma Ficha de Auto-Avaliação. Portanto, a reforma na avaliação só desajudou. Apenas nesse sentido Sócrates e Alçada podem transformar os professores em heróis: foi precisa uma grande dose de heroísmo para ao mesmo tempo puxar pelos alunos e combater com todas as forças um sistema de avaliação irresponsável e inoperante e do qual sobra uma inútil caricatura.
Pelos vistos, e descartandoa hipótese conspirativa de outrocozinhado Governo-OCDE, ainda ninguém sabe o que terá contribuído para estes resultados. Falta por isso fazer uma análise muito cuidada e separar as medidas positivas (como até pode ser sido o Plano Nacional da Matemática), das medidas negativas. Isto para que a melhoria verificada possa ter continuidade e o sucesso real dos alunos possa aumentar. É pena que neste combate pelo futuro o governo não esteja seriamente empenhado, como o mostrou na forma infantil e maquineísta com que tratou um assunto tão importante.
Nada de espantar. É que esteGoverno não trata bem nem do futuro nem do presente quando corta no orçamento da Educação. Um corte que vem acompanhado de políticas claramente nefastas para o sucesso escolar. Enunciemos, tantas que são: redução do número de professores; cortes salariais e aposta na eternização da precariedade com consequente desmotivação docente; recusa em formar turmas para alunos com disciplinas em atraso; fim do Estudo Acompanhado, da Área de Projecto e de pares pedagógicos; dificuldades gritantes no Ensino Especial; ausência de contratação de psicólogos; cortes nas prestações sociais e na acção social escolar; escolas encerradas às três pancadas; suspensão da contratação de professores durante o mês de Dezembro; aumento do número de alunos por turma. Assim é certo que não vamos lá."

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