quarta-feira, dezembro 01, 2010

O Dia da Dependência, servido com Bacalhau à Wikileaks





Imagem do Kaos


Dia 1 de Dezembro é um dia importante: foi o dia em que deixámos de estar na dependência de España para nos entregarmos à dependência de povos diferentes, e mais distantes. Desde então, Conhecemos vários beija cus, desde a França, à Inglaterra, e, mais recentemente, à Alemanha, da Bruxa Merkel, e a países de elevado nível de civilização e liberdade, como a Venezuela, Angola ou a China. A esmola timorense foi um ato de ternura, e espero que vos faça soltar uma lágrima, como a mim, na altura, fez.

O desastre português, inaugurado com D. João III, prolongado em Alcácer-Quibir e gerido por uma das famílias reais mais inaptas da nossa História, os Braganças, nunca mais parou, descendo a rés do chão indescritíveis, como Afonso Costa, Salazar, Aníbal de Boliqueime e esta penosa figura de agora, chamada José Sócrates.

A única coisa positiva, neste início do séc. XXI, é que a História vingou-se, e a União Ibérica faz-se todos os dias, nos balcões da Zara, nos voos com escala obrigatória em Madrid, e naquele nosso esticar de mão, para os produtos mais baratuchos do "El Corte Ingles".

Adiante, que para trás mija a burra e a Maria Cavaca.

O facto mais importante, por mais que nos ponham 20 minutos de Mourinho nos telejornais, e da última bostada do Mia Couto, é o evento "Wikileaks". Assumo que senti o evento de dupla forma, uma, enquanto cidadão do Mundo, a segunda, quando se provou que, afinal, a linguagem diplomática não andava muita distante da utilizada no nosso "Wikileaks" nacional, a rede de blogues onde este texto está a ser publicado, aliás, como não andava distante do modo como a corja que nos destrói os destinos se expressava, quer nas "Escutas do Casa Pia", quer no "Apito Dourado", ou no "Face Oculta". Sendo mais direto, a personagem "Arrebenta", a escrever, parece a Branca de Neve, quando os Senhores do Mundo abrem a cloaca.

Para quem aspirava a uma libertação, ela fez-se sem qualquer violência: bastou pôr tudo, ou quase tudo, a nu, como, em tempos, as televisões faziam, quando prestavam serviço sério, e não passavam o tempo em programas idiotas, como os "Big Brothers" dos oligofrénicos, ou os oligofrénicos da Clara Ferreira Alves e quejandas.

O Mundo futuro, já que nos querem retirar a ilusão da abundância, e substituí-la por uma servidão à chinesa, obriga a uma transparência dos bastidores: não queremos acólitos engravatados, e muitas vezes cheios de coca, que, mal viram as costas, falam como carroceiros e badalhocas de esquina da média luz. Toda a gente sabe que é assim, e que analfabetos que dizem "há dem", como o Jorge Coelho, ou que nem "há dem" sabem dizer, como o Armando Vara, o Fernando Gomes, a Cardona, o Mourinho, o "Major", a Câncio, enfim, essa infinita parafrenália de fantoches com que nos tentam impingir uma realidade politicamente correta, são uma encenação visual, para impedir que acedamos aos verdadeiros circuitos decisórios.

O Diretor do "Sol", se bem estão lembrados, foi vexado, num interrogatório, à antiga salazarenta, por ter deixado subentender que havia umas escutas, proíbidas (!), onde o Vara e o " Chefe", Sócrates, se tratavam de filho da puta para baixo, a Ferreira Leite era a "Bruxa", e aqueles mimos de taberna, e da liga dos últimos que nos querem fazer crer alheios à Classe Política, Acontece que não são, e, enquanto nós praticamos aqui o vernáculo de uma maneira erudita, eles praticam o reles de uma forma continuada, querendo lançar o anátema sobre quem os desmascara.

Esta explosão de realidade só espanta quem não frequenta certos meios os ou meios de quem os frequenta. Somos governados por uma corja reles, sem princípios, com uma mentalidade ao nível da linguagem que pratica, e capaz de tudo, por todos os meios, de qualquer forma, enquanto nos entretêm com palhaços regiamente pagos para nos manterem distraídos, Mourinhos, Obamas, Brunis e gorgulhos afins.

A mim, a quem já nada surpreende, exceto encontrar alguém que, de facto, exercesse uma rotura com este estado de coisas, cada vez mais me limito ao posto do espectador. Cansa-me escrever num Mundo assim, porque é estar a lutar contra uma ribeira dos milagres, permanentemente poluída por descargas de dejetos de suínos. Acontece que estes suínos determinam, diariamente, a degradação dos nossos índices de conforto humano e social. Os Wikileaks, como um Segundo Renascimento, deixam entrever um espaço de transparência global, mas isto já sou eu a sonhar: amanhã, já estaremos, de novo, a acreditar que a Senhora de Mota Amaral é uma virgem consagrada, que o BPN é um banco sério, porque até o Sr. Aníbal lá tinha aplicações, e que o Agente Técnico de Engenharia ter um diploma passado num domingo é uma mera invenção de blogonautas alucinados

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