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Contra multidões, não há argumentos.
Quando o Povo sai à rua, devem ser escassas e concisas as palavras.
Hoje, dia 12 de Março de 2011, Portugal mostrou que estava à altura dos seus quase 900 anos de História: foi grandioso ver todas as tendências e não tendências a descer avenidas, com todos os seus estandartes e libelos de imaginação.
Os caciques da desgraça, apavorados com tudo o que lhes escapa ao minucioso controle, este açaimo de décadas que conseguiram pôr-nos, já só se inquietam agora com o que vai esta Geração à Rasca fazer com todas as gerações que estão à rasca.
Nada de mais simples, e ao alcance da prosa elementar: qualquer futuro passa por uma releitura do passado. Sentem-se, e façam um pouco de arqueologia, porque as respostas estão todas ao vosso alcance.
A raiz de todos os problemas foi uma Revolução, onde este escroque, descaradamente, conta como tudo se passou.
Começou com uma canção e acabou num pântano, mas a sua lógica é a raiz mais profunda desta gangrena: houve um Estado decapitado, um Regime que estava a cair de podre, e, quando caiu, viu todos os seus lugares de decisão serem ocupados por quem ali estava à mão.
Ocuparam e nunca mais saíram, nem deixaram ninguém entrar.
Se querem saber como tudo começou, vão de porta em porta de todos os pavões que agora se autoespelham pelos jornais e televisões, e façam-lhes duas perguntas, a de Baptista Bastos, "olha lá, onde é que tu estavas no 25 de abril", e uma outra, minha, e complementar, "olha lá, onde é que tu estavas no 24 de abril?..."
O segundo questionário deve ser feito ao indivíduo de cadastro mais atenuado de Portugal, e que, vergonhosamente, ocupa a Presidência da República: "perguntem-lhe o que fez, ou deixou fazer, aos fundos de desenvolvimento de Portugal?..."
A geração mais habilitada de sempre, de todo o Portugal, quer saber que habilitações tem esta gente que nos arruinou?... Procure-as AQUI.
Por fim, vão aos políticos presentes, e perguntem-lhes como herdaram tão rapidamente os vícios do Sistema, quantos deles pesam na máquina do Estado, por abuso, amancebamento, filiação, compadrio, ou pertença a seitas secretas.
Não sabem o que fazer?...
Perguntem ao Sousa Tavares, ao Belmiro de Azevedo, à Leonor Beleza, ao Dias Loureiro, ao Pinto da Costa, à Clara Ferreira Alves, ao Vasco Franco, ao "Cherne", ao filho do Júdice e do Constâncio e a uma multidão de tantos outros, como chegaram onde estão, e quanto nos custa mantê-los nessa posição, porque para eles lá continuarem, é sinal de que lá vocês nunca chegarão.
Como a História nos reconta, os vícios de uma Revolução só se curam com as virtudes da revolução que se lhe há de seguir.
(Quinteto da Deolinda faz cricri, no "Arrebenta-Sol", no "Democracia em Portugal", no "Uma Aventura Sinistra", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
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